tento construir com areia
molhada e resistente
um castelo de pedras
bebendo travessia
me alimentando com tâmaras
me cubro com palavras brancas
à espera
do próximo ano
desejos que foram costurados na barra do vestido
e a vontade de voltar a sonhar
sei que me prendi na dor
na dor da sua doença
naquela palavra que não quero usar
porque guardei para o tal livro
então, termino.
agora é um ano que começo
longe do mar
longe de você
presa nas miudezas
a palavra baleia
é cheia, não é?